quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

VAMOS COM JORNAL PEQUENO - ESTAGNAÇÃO

Com Redação JP

Um discurso do deputado Rubens Júnior enuncia a estagnação do Maranhão em relação ao Brasil. O país cresce, um número cada vez maior de pessoas ingressa na classe média, os programas de transferência de renda e o crescimento econômico reduzem a taxa de desemprego, mas nosso Estado segue envergando os mais graves índices de pobreza extrema e pobreza absoluta.
 
Por mais que queiram dizer diferente, não há como isolar esse fato da condição política sui-generis do Maranhão, talvez o único Estado ainda preso às amarras do coronelismo, do regime dinástico e da oligarquia apodrecida. No mínimo, foram incompetentes para fazer com que acompanhássemos os níveis de desenvolvimento de unidades outras da Federação que elevaram o país à condição de sexta economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bretanha.
 
Somos, infelizmente, a pior distribuição de renda, não conseguimos preparar a juventude para os desafios tecnológicos do mundo moderno, a educação é um desastre, os índices de violência em São Luís ultrapassam as maiores e mais desenvolvidas metrópoles do planeta e o governo, como se quisesse agravar ainda mais a paralisia socioeconômica do Estado, fecha escolas.
 
Sem plano de desenvolvimento, sem plano de educação, sem programas de distribuição de renda e de produção, o vasto território maranhense se transforma num deserto, um vácuo imenso cercado de arames farpados no qual não se veem frutas nem legumes, enquanto o homem do campo tangido pelo ócio e pela falta de oportunidades, acampa em cidades onde também não terá o que fazer.
 
Tem toda razão o parlamentar quando diz que o governo do Maranhão segue sem projeto para efetivar o desenvolvimento do Estado. Os dados estatísticos assustariam qualquer gestor com um mínimo de sensibilidade e ele certamente tomaria providência para que a realidade fosse outra. São 66% da população sofrendo com a insegurança alimentar grave o que significa, no dizer de Rubens Júnior, que milhares de maranhenses estão morrendo de fome.
 
O único projeto visível desse regime dinástico é a herança do poder. Tudo, de legal e ilegal, está sendo feito para que essa terra, como se fosse um ducado, passe de pais para filhos e de filhos para netos.
 
Nossas terras estão em mãos de grileiros, latifundiários e empresas ditas agropecuárias que mais investem em especulação que na produção de alimentos. Importamos quase tudo o que comemos e, também por isso, comemos muito mal.
 
O Maranhão é um mundo cercado que estaca sua produção em meros 20% do território agricultável. O Brasil se desenvolve, cresce, se expande, mas o Maranhão da oligarquia somente sonha e encolhe.

Como Editorial do Jornal Pequeno - São Luís - MA - 09.02.2012

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