sábado, 1 de agosto de 2009

REMIRAR

Por Felipe Klamt

Fico a pensar como as artimanhas da vida podem produzir tanta dor, imensas mágoas e tantas desigualdades.


Nesses tempos de acirrada guerra política na nossa terra, embora tenha sido sempre assim, talvez nunca tenhamos vivido um período tão fértil de mudanças e revelação de historias ocultas, e, mais ainda, não poderíamos pensar que um processo de cassação produziria respostas imediatas.

O Maranhão sempre viveu a mercê das vontades políticas, com os desejos dos seus senhores sobrepondo-se às questões mais simples do povo, não respeitando sequer o seu nível de representatividade. Pouco interessava a capacidade das pessoas, as suas aspirações profissionais e os seus entendimentos do correto.

Verificamos na historia que os modelos de dominação são os mesmos, mudam-se as épocas, aprimoram-se os processos de convencimentos e posteriormente, lembramos que passamos por fatos parecidos sem termos decidido a sua condução. Podemos dizer que somos cúmplices sem consentimento.

Testemunhamos um rompimento político que proporcionou os levantes dos braços, explosões de gritos e a saída das massas para as ruas. Demonstrações recentes que estão na memória da maioria dos que eram vistos pelos dominantes, como silenciosos. Pensamos que bastaria essas atitudes de enfrentamento para definir um novo modelo de comportamento político, mais um engano.

Os astracãs estavam somente organizando a forma de capitular os designados de proporcionar a transformação de uma população com direito à inserção e o dever de manter o controle social. Sem dúvida, a estrutura do longínquo grupo político está muito bem sedimentada e organizada para estas tarefas e viver do poder quando é dada a posse, com ou sem a vontade eleitoral.

Assistimos no embate da cassação o calar popular e estamos sem escutar os sentimentos do nosso povo diante deste governo imposto. Para a nossa surpresa, a grande imprensa, e porque não dizer a nação, determinou que o modelo de política arcaica vai ser expurgado do grande cenário.

Será que os mesmos que em 2006 determinaram para eles arrumarem as malas, estão presentes neste movimento de moralização? Qual a maneira que eles estão expressando as suas opiniões? Por enquanto deve ser por pensamento. Um fenômeno tipo telepático.

Escuto a imprensa dizer que sabia dos desmandos que a família fazia há muito tempo. Muito interessante este comportamento jornalístico, como que os veículos de comunicação demoraram tanto para tornar diárias as noticias de desvios de conduta desta turma, será que havia pautas mais interessantes, qual o critério para um elemento tão comum na política e com praticas tão antigas ser eleito capa ou noticia principal. Vai ver que um iluminado gritou: Agora é a vez dele.

Os processos de sedimentação de um governo participativo precisam ser novamente discutidos, tipo uma nova roupagem, sem achar que precisamos somente de gente nova no contexto político nacional, estadual e municipal, vale uma jovem força nesta atuação e necessita-se da experiência para encontrarmos a tecedura ideal na capacidade de governar. É preciso depurar o passado e canalizar as decisões na escuta qualitativa tendo como principal tema as aspirações dos indivíduos que esperam e querem o melhor dos nossos candidatos a empregados do povo.

Caso aconteça a renúncia em que este fato estará mudando a vida do cidadão que diariamente escuta todo este emaranhado de disputa de poder e neste momento ainda não conseguiu ganhar o de hoje. Vai saber.


Pensamento escrito em Lagoinha - CE



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