domingo, 3 de outubro de 2010

VAMOS COM JOÃOZINHO RIBEIRO - 65, A PELEJA FINAL!

Com Joãozinho Ribeiro                                                                                                                            
Sábado ensolarado em São Luís, capital indígena, africana, holandesa, francesa, portuguesa e jamaicana do Maranhão, Brasil. Véspera de um momento que se anuncia mágico, convocando todas as forças da natureza pra cerrarem fileiras neste domingo a favor da liberdade, e contra um domínio de corações e mentes que já ultrapassa quatro décadas de mando e sujeição de várias gerações em nosso Estado.
Minha memória é música, e a manhã, sabedora disso, acessa algumas teclas do cancioneiro popular arquivado no meu cérebro, traduzindo este turbilhão de sentimentos em melodia que vem lá das Gerais, mas precisamente da combinação dos talentos mineiros do compositor Milton Nascimento e do poeta Fernando Brant:
“Uma notícia está chegando lá do interior/Não deu no rádio, no jornal ou na televisão/Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil/Não vai fazer desse lugar um bom país”.
Penso na oportunidade histórica que muitos bravos combatentes, homens e mulheres, não viveram pra testemunhar; e na possibilidade da minha e de outras gerações, que antecederam e sucederam a minha, protagonizarem neste momento um exemplo para todo o Brasil de que existem ainda valores que nem a mentira, nem o dinheiro e muito menos a força bruta são capazes de submeter aos seus vis intentos. Talvez por isso, os versos da música do Nascimento e do Brant continuem martelando firmes em minha cabeça:
“Uma notícia está chegando lá do Maranhão/Não deu no rádio, no jornal ou na televisão/Veio no vento que soprava lá no litoral/De Fortaleza, de Recife e de Natal”.
Perpassa-me neste momento uma tranqüilidade que não se coaduna com nenhum viés de acomodação ou de passividade; pelo contrário, desperta em mim uma energia incomum, a mesma que deve estar se espalhando por toda a geografia das duas centenas de municípios que integram essa unidade da República Federativa do Brasil, combinando com a letra do hino oficial do nosso Estado: “A liberdade é o sol que nos dá vida”. Além de nos dar vida, ela precisa brotar soberana, mais do que nunca, das urnas eletrônicas, que traduzirão neste domingo, a vontade, também soberana, do nosso povo varonil.
O tempo, senhor de todos de os destinos, promove neste dia um acerto de contas com a verdadeira História do Maranhão, que não se encontra registrada nos compêndios acadêmicos, nem nas cartilhas distribuídas para a leitura dos meninos e meninas nas escolas. Após 45 anos, dois números cabalísticos se defrontam: o 65, do ano da sexta década do século passado, que marcou o início de uma das oligarquias mais longas da história deste país – a oligarquia Sarney; e o outro, 65, símbolo maior da campanha do candidato Flávio Dino ao governo do Estado do Maranhão, que aponta para a mudança política e para o século XXI.
As pesquisas de intenções de voto divulgadas nesta manhã, pelos principais veículos de comunicação locais, não conseguem captar por inteiro a mensagem cifrada desta batalha política, e ao mesmo tempo simbólica, travada entre as forças reacionárias do conservadorismo, representadas pela candidatura da Roseana Sarney, que numa despudorada demonstração de ambição pelo poder, pretende pela quarta vez ocupar o Palácio dos Leões; e as demais candidaturas, que mesmo com as naturais diferenças políticas e ideológicas, encabeçam projetos legítimos de alternância do quadro político do nosso Estado.
Um outro justo acerto de contas foi feito esta semana pela Justiça Brasileira, reconhecendo como legal e legítimo o registro da candidatura de Jackson Lago ao governo do Maranhão, após 42 dias de espera angustiante de um pronunciamento do Tribunal Superior Eleitoral; o mesmo tribunal que em 2009 anulou a vontade de cerca de 1,4 milhão de maranhenses que o haviam conduzido, democraticamente, ao cargo de Governador do Estado, empossando de forma vergonhosa a filha do oligarca, derrotada pelo voto popular.
O espaço e o tempo permitem que eu possa expressar neste artigo minha firme convicção na existência de um segundo turno nas eleições para o governo do Maranhão, e a certeza de um verdadeiro acerto de contas com a história do Estado, com todos aqueles que, ao longo de suas existências, combateram o bom combate, e ofereceram o que tinham de melhor em suas vidas.
Encerro o presente, confirmando meu voto em Flávio Dino e no 65, que simboliza neste momento o enterro do outro 65, aquele do século passado, que marcou a entrada do Maranhão para a idade das trevas; assim como  confirmo o sufrágio nos bravos companheiros Dutra (1313) e Bira (13100), que ainda representam o sonho e a esperança daqueles que acreditaram numa sociedade mais justa e solidária, quando empenharam os melhores anos de suas juventudes na fundação do Partido dos Trabalhadores do Maranhão.
E pra arrematar, compartilho com todos os leitores e eleitores a sensação dos ventos da liberdade que sopram dos versos finais da canção “Notícias do Brasil”, do engenho e arte do Milton Nascimento e do Fernando Brant:
“A novidade é que o Brasil não é só litoral/É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul/Tem gente boa espalhada por esse Brasil/Que vai fazer desse lugar um bom país”.
O Maranhão é de todos nós, porque o Povo é maior e é preciso lutar, é possível vencer!
Como Militante Maranhense

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