TRE, UM RELÓGIO SEM CORDA?

Com Felipe Klamt

Adiar.

Mais uma forma de servir ao poder?

Um costume, um hábito mais do que normal para os que querem aumentar o brilho da toga?

Pode ser que a intenção não seja manter o cargo ou de lustrar a beca. O fato de o juiz Sérgio Muniz ter segurado a oitiva do processo contra a governadora Sarney demonstra a clara vontade de não obedecer a um ministro do TSE, o Arnaldo Versiane.

O ministro determinou, melhor, mandou o passageiro no TRE, o indicado advogado Sérgio Muniz, escutar em 60 dias as testemunhas, de ambos os lados, no processo que pede a cassação da governadora e seu vice.

Respaldado por alguma blindagem segurou até o dia 28 para escutar o deputado Chiquinho Escórcio e na derradeira hora descobriu que tinha de devolver o processo ao TSE por falta de dados. O mais interessante que o juiz não atentou para o fato de o próprio ministro Versiane ter possibilitado das partes ampliarem a acusação ou a defesa com mais documentos.

A turma do Sarney não manifestou nenhuma vontade. Os da oposição, autores do processo, entenderam que as provas apresentadas na acusação permite ao relator do TSE uma decisão pela saída da atual gestora do executivo estadual e seu aliado Washington Luiz.

Pode ser que não, pode ser simplesmente mais uma coincidência de um juiz que não cumpriu o prazo ou talvez tenha deixado de observar que terminou o seu tempo no TRE. O ainda juiz tornou público à vontade de continuar como magistrado temporário no tribunal eleitoral.

Nada deve ser pensado contra judiciário maranhense, levando em conta que mantém um exemplo ilibado, livre de qualquer dúvida histórica nas suas decisões. Impossível acreditar que um advogado tenha feito algo por interesse.

Todos sabem que o pavor da governadora Sarney passa longe do prédio da Areinha, a sua certeza de perda fica por conta da independência do superior Versiane.

Para aguçar a polêmica, vale lembrar que no idêntico processo contra o governador Jackson Lago o mesmo tribunal não levou 30 dias para escutar todas as testemunhas. Vai ver que não tinham nada de melhor para fazer.