Com Gabriela Saraiva
Famiília afirma que Fátima Leite foi vítima de negligência médica na UPA Itaqui-Bacanga
Familiares da cantora de boleros Fátima Leite, que faleceu na última quarta-feira (3), vítima de um aneurisma cerebral, pretendem entrar com uma ação na Justiça contra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itaqui-Bacanga, e contra o médico Cláudio Roberto Silva Sousa. De acordo com a família, a artista morreu em função de negligência e descaso médico, sofridos naquela unidade de saúde.
Segundo Leandro Leite Pereira, de 26 anos, filho da cantora, sua mãe começou a passar mal, na tarde do dia 3, e diante do agravamento do quadro, ele resolveu levá-la para a UPA no início daquela noite, por volta das 20h30, na companhia da noiva Daniele Cristina de Oliveira. Ao chegar à casa de saúde, Fátima teria sido atendida pelo médico Cláudio Roberto Silva Sousa que, conforme o relato de Leandro, apenas prescreveu um medicamento para dor e soros para serem tomados na veia.
Um enfermeiro, identificado apenas como Silas, estaria acompanhando o médico e tratou de providenciar a medicação. “Depois disso, os dois profissionais, simplesmente, sumiram e ficou outra enfermeira, deitada em uma poltrona, que só fazia dizer que minha mãe iria melhorar e que era para eu me acalmar, pois o que ela estava sentido era efeito do remédio”, afirmou Leandro.
De acordo com o filho da cantora, minutos depois da medicação, Fátima Leite começou a piorar. Ela sentia fortes dores de cabeça, dificuldades em respirar, vomitava e já estava inconsciente. Leandro contou que, por várias vezes, ficou desesperado ao ver a mãe morrendo, implorou para a enfermeira chamar um médico, sendo apenas informado que ele estava em outra emergência. “Cheguei a pedir várias vezes também para trazer, pelo menos, um balão de oxigênio, pois ela estava com muita dificuldade de respirar, mas não fui atendido”, detalhou.
Fátima Leite teria ficado cerca de uma hora e trinta minutos, em coma, sem receber nenhuma assistência médica. “Eu chamava a enfermeira para socorrer minha mãe, que estava morrendo. A profissional só olhava; e, sem fazer nada, dizia que ela iria ficar boa e que era para eu me acalmar. Em seguida, voltava a deitar na poltrona que estava. Minha mãe morreu nos meus braços e fui eu quem, sem ser nem médico e enfermeiro, verificou a sua falta de pulsação e respiração. Quando vi que ela estava indo embora, tentei fazer massagens no peito para reanimá-la, mas a enfermeira me impediu, dizendo que ainda estava viva, sendo que já estava morta. A mulher não sabia nem mesmo os procedimentos para checar se uma pessoa está viva”, desabafou Leandro.
Após a constatação da morte, Leandro revelou ainda que, no momento em que sua mãe falecia, os funcionários da UPA Itaqui-Bacanga, em vez de chamar um médico, acionaram a polícia, diante do seu estado de desespero, por ver Fátima Leite morrendo em sua frente e não ser atendida, sem poder fazer nada. Segundo o filho da cantora, o médico só reapareceu no local após o falecimento da artista, ficando a todo instante ao lado dos policiais, sem dar explicação à família.
Conforme Leandro Leite, a diretora da UPA Itaqui-Bacanga, identificada como Ana Eugênia Almeida, não estava no local e só resolveu se interessar pelo caso, depois que ele falou, dentro da casa de saúde, que tinha filmado todo o descaso no atendimento e o sofrimento da mãe, afirmando que procuraria seus direitos. “A diretora apenas ligou para lá e falou comigo pelo telefone, dizendo que o que havia ocorrido era uma fatalidade e que era para eu ter calma. Chegou a dizer que tinha quatro médicos no local, mas nenhum deles foi prestar socorro. Minha mãe morreu nos meus braços, sem eu poder fazer nada. Tenho certeza que, se ela tivesse recebido o atendimento médico adequado, ainda estaria viva”, desabafou Leandro.
Fátima Leite exercia a profissão de cantora, desde os dez anos de idade. Ela era casada com o promotor de eventos e propagandas Léo Milton de Deus Santos Pereira, conhecido como “Léo Produções”. Era mãe de dois rapazes: Leandro Leite Pereira, de 26 anos; e Leonardo Leite Pereira, 18. Fátima faleceu às 3h de quarta-feira (3).
Outro lado – A reportagem do Jornal Pequeno foi à UPA Itaqui-Bacanga para tentar falar com a diretora e foi informada, por funcionários, que ela não estava na casa de saúde; e que, qualquer esclarecimento sobre o fato poderia ser repassado pela assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde. Foi tentado contato com a assessoria, por telefone, mas os telefonemas não foram atendidos.
Com Blog - Ninguém dentro do governo estadual vai aparecer neste momento para defender os profissionais da UPA do Itaqui-Bacanga. Esta morte pertence à incapacidade e falta de compromisso da governadora Roseana Sarney e do secretário de saúde Ricardo Murad com o povo do Maranhão.
Como jornalista do Jornal Pequeno
Com matéria no Blog do John Cutrim
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