terça-feira, 6 de dezembro de 2011

GREVE DAS BOTAS - DE OBEDIENTES PARA ALOPRADOS

Com Felipe Klamt

Impressionante como ser mandado, ordenado, obrigado a obedecer causa revolta, na verdade, deveria causar a indignação da vítima do abuso de autoridade. Na política, dificilmente está como conduta.

A loucura aparece sempre que os espertos parlamentares querem fugir da opinião pública, aprontam e depois escondem as mãos. O venal episódio de lacrar a assembleia para atender o destempero da Sarney teve a participação dos deputados que esmolam no bornal da governadora.

Todos, a começar do presidente Arnaldo, rogaram para acabar a greve dos policiais e bombeiros. Descobriram que a capacidade de negociar ficou nos seus redutos políticos, coisa fácil para quem precisa comprar votos no espaço de quatro anos.

Hoje, o plenário da assembleia estremeceu com a oposição enfiando o dedo na ferida aberta pela covardia dos governistas em aceitar que a “Casa do Povo” fosse sufocada pelo peso das moedas. A guerra verbal começou com o presidente chamando o líder da oposição, o deputado Marcelo Tavares, de “aloprado”.

Era um sobe e desce na tribuna, em cada pronunciamento ficava evidente que os governistas não têm a necessidade de afirmar o legislativo como poder. A oposição começou solapar com as firmes palavras da socialista Cleide Coutinho, acompanhado da contundência de que “negociar não dói” do comunista Rubens Jr., consolidado com a clareza e ironia do Marcelo Tavares deixando o presidente afundado na cadeira.

O professor em movimentos sociais, o petista sem cheiro roseanista, o Bira do Pindaré, explicitou os bastidores da “Greve das Botas” permitindo um amplo debate nos apartes, a Eliziane pontuando as falhas do governo e o tucano Neto Evangelista conseguiu elevar os ânimos lembrando que “quem não sumiu sabe o que aconteceu”.

Do lado governamental, teve o Tatá preocupado com atos libidinosos, o Manoel afirmando que foi, mas, não escapuliu para Portugal, esculachando os grevistas de “cabeça oca”, o Afonso confirmou que a Roseana errou, mesmo sendo amigo dela, o Hélio veio com tal de “retrartar-se interiormente”.

O petista Carlos da Caixa acha que o executivo pode “diminuir os erros no futuro". O Braide, o Almeida e o Edilázio falando sem a certeza do que acreditam e o Bacelar, bem, este, deixa para quem conseguiu entender.

Um comentário:

Anônimo disse...

Será cômico se não fosse trágico. Daqui a pouco tempo deputados governistas usarão o acontecido como propaganda eleitoral para suas reeleições. Durma-se com um barulho desse.