segunda-feira, 8 de março de 2010

VAMOS DE ALEXANDRA TAVARES - "M" DE MULHER

Com Alexandra Tavares

Um Maranhão com “M” de Mulher

Com orgulho que tenho da minha condição feminina, aproveito este Dia Internacional da Mulher para reafirmar o meu carinho por todas aquelas por quem pude realizar algo, ao criar a Secretaria da Mulher. A experiência de primeira dama e secretária de Solidariedade Humana do Governo do meu ex-marido e amigo, José Reinaldo Tavares, foi uma das mais marcantes de toda a minha vida. Foram anos em que tive a oportunidade de conhecer a faceta mais cruel e desumana dos que optam por exercer o poder em benefício egoísta de si mesmo.


Neste 8 março, é necessária a reflexão de que não basta ser mulher para mudar uma realidade social injusta. É preciso agir como mulher, com sensibilidade feminina, com indignação de fêmea contra as práticas políticas intoleráveis, comumente utilizadas por alguns dos piores representantes públicos da espécie masculinha e até por mulheres que não agem com o instinto materno na condução de seus propósitos.


Como secretária de Estado e esposa do governador, paguei, com minha honra pessoal e como mulher, um alto preço, justamente por defender com afinco a justiça social e as necessidades de tantos que permanecem, por décadas, invisíveis ao Poder Público. Mas os ataques e as campanhas difamatórias, a mim direcionadas, só me impulsionaram a trabalhar mais por aqueles que, como eu fui, são ainda, em pleno século XXI, vítimas de preconceitos e perversidades: os negros, os homossexuais, os idosos, as mulheres, os portadores de necessidades especiais, os pobres e outros vitimados.

Ao conhecer de perto a pobreza maranhense, que rouba todas as possibilidades de uma vida decente a famílias de quase metade do Estado, não foram raras as ocasiões em que vi o rosto de minhas próprias filhas refletidas no rostinho de crianças pobres, que não tinham o mínimo de dignidade assegurada, no seu dia-a-dia.

Sob minha coordenação, a Secretaria de Solidariedade Humana, elaborou, articulou e executou políticas inéditas para jovens, mulheres, idosos e membros de segmentos excluídos da sociedade. Vítima de preconceito e ameaças, jamais me acovardei, visitei municípios pobres conheci pessoas extraordinárias e tive a chance de trabalhar muito por todos aqueles cuja existência, há décadas, sequer era reconhecida. Realizamos a Caravana da Juventude, com ações educativas e em prol da cidadania, em municípios do interior. Inauguramos um Complexo de Proteção à Criança e ao Adolescente e indenizamos as famílias de crianças emasculadas, vítimas de um crime bárbaro, engavetado pelos governos anteriores, resultado de um acordo inédito no Brasil, do Governo José Reinaldo com a O.E.A. (Organização dos Estados Americanos). Até a minha saída do cargo, realizamos mais de dois milhões de atendimentos odontológicos, otológicos e oftalmológicos, com o Programa Saúde na Escola, com dezenas de consultórios para atender alunos da rede pública estadual. Inauguramos a Delegacia de Proteção ao Idoso, inédita no Estado e, pela primeira vez, um Governo no Maranhão disse “não” ao preconceito e pediu respeito aos homossexuais, quando eu, com alegria e entusiasmo, estive por duas ocasiões com todos eles na Parada pelo Respeito à Diversidade Sexual de São Luís, a Parada Gay, já incluída no calendário oficial de São Luís. Em uma delas, em 2006, aprovamos a lei estadual que assegura ao companheiro ou companheira homossexual, de funcionário do Estado, o direito à pensão por morte do parceiro (a).

Foram muitas iniciativas das quais me orgulho e me emociono. Cada uma dessas ações teve o meu amor incondicional de mãe, a minha fibra de mulher e minha indignação transformada em força de mudança. Os que me conhecem, sabem que não foram poucos os momentos em que as minhas lágrimas não se contiveram diante de realidades dramáticas, inalteradas há décadas.

Que este abençoado Maranhão, terra onde me apaixonei e tive minhas três filhas, minhas maiores preciosidades, continue honrando mulheres de coragem, à frente do tempo, como Maria Aragão, Catarina Mina, dona Lili e tantas outras.

Um GRANDE abraço a todas a mulheres do meu Estado de coração!

Com imagem Aninha Camelo

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