sexta-feira, 26 de março de 2010

VAMOS COM JOÃOZINHO RIBEIRO - VERSOS DA RESISTÊNCIA

Com Joãozinho Ribeiro

Caríssimos delegados e delegadas do PT/MA:

Faço parte desta história, que se confunde com a história da minha própria vida, e com a vida de muitos outros, companheiros e companheiras, que sequer sobreviveram para testemunhar momento tão cruciante para a história do Partido dos Trabalhadores no Maranhão.
Há muito tempo, quando éramos bem poucos, e quixotescamente carregávamos a bandeira vermelha do PT pelas ruas de São Luís, escrevi uns versos que faço questão, neste momento, de relembrar:

“Nossa tarefa é difícil
Mas lutar sempre é preciso
Faz parte do nosso ofício
Ainda que seja amarga
E não caiba num comício”

Não pensei que fosse se tornar tão amarga a nossa tarefa, a ponto de estarmos precisando fazer esta verdadeira “Escolha de Sofia” às avessas, com a possibilidade de jogar, sem piedade e nenhum escrúpulo, na lata de lixo da história a memória da construção coletiva de todos aqueles que fundaram e que nunca negaram os princípios e as origens do Partido dos Trabalhadores.

Espero que tenhamos equilíbrio e maturidade suficientes, para compreender a grandeza e delicadeza do momento, a fim de que possamos traduzir em atitudes responsáveis e solidárias, como a que vi emanar da Plenária Nacional de Cultura do PT, contribuindo com um dos documentos mais lúcidos e generosos, escritos ultimamente pelos setoriais do meu Partido.

“A palavra, às vezes dura,
Amansa o nosso cansaço
E se nos falta a ternura
Preenche o nosso discurso
Com a terna intenção mais pura”

Não precisamos endurecer as nossas relações a ponto de transformar as nossas divergências e diferenças políticas em exemplos de intolerância da pior espécie. Nem precisamos nos envergonhar de esboçarmos gestos de ternura e de compromisso com a história do nosso Partido, impedindo-o de trilhar por caminhos que o conduzam ao precipício eleitoral e ao suicídio político, materializado na nefasta aliança com o PMDB/DEM.

Como nos versos do poeta cubano Pablo Milanes, precisamos entender a história, inclusive a do PT, como um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente a todo aquele que a negue.

Nossa tarefa neste sábado, 27 de março, Dia Internacional do Teatro, não será negar a história e muito menos rasgar a bandeira do PT, mas optar pela decisão correta, que é a única possível de reconduzir o Partido dos Trabalhadores aos territórios de sua verdadeira missão, neste momento de tantas trevas e esperanças. Momento em que não podemos ter medo de sermos felizes, e fazer com que o carro alegre da história conduza ao Palácio dos Leões o companheiro Flávio Dino, na condição de candidato do campo popular e democrático ao Governo do Maranhão.

Brasília, 26 de março de 2010.

Como poeta/compositor, artista militante, fundador do PT/Ma

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